PF desarticula grupo que atuava no contrabando de agrotóxicos e cigarros

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (20), a operação ‘Terra Envenenada’, com o objetivo de desarticular organização criminosa que vinha atuando na importação, transporte e comercialização de cigarros e agrotóxicos contrabandeados em todo país. Teve ação policial em alvos em Umuarama e mais três cidades da região.

Foram mobilizados cerca de 200 agentes federais para o cumprimento de 58 mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra, sendo 34 de busca e apreensão e 24 de prisão preventiva, nas cidades de Umuarama, Alto Piquiri, Terra Roxa, Iporã,  Campo Mourão, Jardim Alegre, Amaporã, no Paraná, e em Mundo Novo (MS), Nova Prata (RS), Palmas (TO) e Luís Eduardo Magalhães (BA).

Organização

Apreensão e bloqueios de bens.

A investigação durou aproximadamente 7 meses, tendo a Polícia Federal conseguido identificar que um número expressivo de carregamentos de cigarros e agrotóxicos ilegalmente importados estavam vinculados com as atividades da organização criminosa. Na ação, as equipes policiais usaram até aeronaves.

Em síntese, a organização se dividia em três camadas: a primeira, baseada em Terra Roxa, onde residiam os principais líderes e integrantes operacionais do grupo, responsáveis por trazer para o Brasil o agrotóxico pelo Rio Paraná e armazená-los em chácaras e sítios da região. A segunda, composta por intermediários, sediados em municípios um pouco mais afastados da fronteira e com a incumbência de prospectar a demanda e promover o transporte e segurança das mercadorias. E, por fim, uma terceira camada, composta basicamente por empresas agropecuárias, que adquiriam os defensivos dos contrabandistas para revenda ao consumidor final.

Negócio empresarial

Operação aconteceu em cidades do Paraná, e de outros 4 estados.

Além da organização efetuar a distribuição dos produtos ilícitos no Oeste do Paraná, também foram identificados grandes carregamentos dos produtos contrabandeados sendo entregues a empresários nos estados da Bahia, Tocantins, Maranhão e Minas Gerais.

O delegado Mateus Martins de Sá explicou que as atividades delituosas promoveram forte enriquecimento dos integrantes permitindo a compra de imóveis, automóveis, dentre outros bens de alto valor. Portanto, além dos mandados de Busca e de Prisão Preventiva, a operação tem como objetivo descapitalizar a organização criminosa, tendo sido determinado o sequestro de bens móveis e imóveis ligados a 36 investigados, bem como o bloqueio de contas em nome das pessoas físicas e jurídicas vinculadas, em especial dos líderes.

Contrabandistas ostentavam luxo e violência.

Os envolvidos deverão responder pela prática de contrabando, comércio e transporte de agrotóxicos em descumprimento às exigências estabelecidas na legislação pertinente e participação em organização criminosa. Esses crimes possuem penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 16 anos de prisão.

Terra Envenenada

A operação foi batizada de ‘Terra Envenenada’ em razão das atividades de introdução, transporte e revenda de agrotóxicos ilegais, os quais causam prejuízos ambientais e trazem riscos gravíssimos às pessoas que manuseiam esse tipo de produto e à população que consome os alimentos nos quais são utilizados.

 

  • Comunicação Social da PF
  • Fotos: PF

 


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